sábado, 27 de julho de 2013

Pernambuco 2035 (P/Tadeu Alencar)

Em JC/Opinião, 26/07/2013
 
Pernambuco vive um ciclo virtuoso que, para ganhar sentido de permanência, reclama cuidadosa preparação. Não custa lembrar avanços dos últimos anos, bem como a importância de um olhar sobre as futuras gerações.
Na segurança pública basta referir que o Recife deixou de ser a capital mais violenta do Brasil, apresentando 52% de redução dos indicadores de CVLI, em razão do Pacto pela Vida, uma engenhosa política de Estado, que vem perseguindo com sucesso a redução dos índices de criminalidade.
Na saúde, novos hospitais e UPAs, além da reforma de toda a rede antiga, dão a exata medida de que a saúde pública melhorou. Ademais, o investimento na contratação e valorização de profissionais, em equipamentos, na universalização de serviços, faz com que o Estado aplique 17% da sua receita em saúde, bem acima do mínimo constitucional.
Ultima-se em Caruaru o Hospital Mestre Vitalino, seguem em reforma o Hospital do Câncer e o da Restauração no Recife e, esta semana, serão inauguradas a UPAe de Garanhuns e a de Petrolina. Muito há por fazer, mas a saúde também melhorou. É inegável.
A educação ostenta números animadores, com a maior rede de escolas integrais do Brasil - 260 - e com o Programa Ganhe o Mundo, em que alunos da escola pública, por mérito, fazem intercâmbio nos Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e em países da Europa.
Sem contar a melhoria da avaliação, a multiplicação das escolas técnicas, a interiorização dos cursos superiores e as mudanças estruturais indispensáveis ao aprimoramento educacional. Há enormes desafios a vencer, mas a educação também melhorou.
Poder-se-ia falar ainda da geração de mais de 500 mil empregos, da redução da mortalidade infantil, da qualificação profissional, da sustentabilidade ambiental, dos investimentos em ciência, tecnologia e inovação, das adutoras, como Pirapama e a do Agreste, da construção de barragens, obras de saneamento, estradas, parques, equipamentos culturais e da atração de empreendimentos estruturadores que vão mudar radicalmente a face econômica e social de Pernambuco.
E não é excessivo mencionar o Complexo Portuário de Suape, o melhor porto público do Brasil, integrando Pernambuco à economia global, inclusive em torno de novas cadeias, como a de petróleo, gás, offshore e naval.
Tudo isso demonstra o caráter transformador de uma gestão pública inovadora, disposta a vencer os vícios de uma burocracia predatória da cidadania e o caráter estratégico de que àquela gestão, una-se uma liderança política atenta ao sentimento da sociedade, que rejuvenesça os costumes políticos no Brasil.
Apesar dessa instigante realidade, precisamos incrementar mudanças relativas à competitividade, ao capital humano, à infraestrutura, à mobilidade.
Para que o ciclo virtuoso não se limite a um surto episódico, é imperativo pensar Pernambuco no longo prazo, vale dizer, construir, desde já, um plano estratégico, "com projetos estruturantes e experimentos inovadores", bem como os respectivos planos de investimento e financiamento.
Sábio o que nos ensina Jorge Gerdau: "Definir estratégias para o longo prazo para conseguir definir prioridades e metas no curto prazo".
É esta necessidade que fez o Governador Eduardo Campos lançar, recentemente, o arrojado projeto Pernambuco 2035, com que pretende, mobilizando lideranças políticas, econômicas, sociais e acadêmicas, ver herdado ao futuro, um novo e permanente ciclo de desenvolvimento sustentável, legado digno do estadista.
Tadeu Alencar é procurador da Fazenda Nacional e Secretário da Casa Civil