Em JC/Opinião, 26/07/2013
Pernambuco vive um ciclo virtuoso que, para ganhar sentido de permanência,
reclama cuidadosa preparação. Não custa lembrar avanços dos últimos anos, bem
como a importância de um olhar sobre as futuras gerações.
Na segurança pública basta referir que o Recife deixou de ser a capital mais
violenta do Brasil, apresentando 52% de redução dos indicadores de CVLI, em
razão do Pacto pela Vida, uma engenhosa política de Estado, que vem perseguindo
com sucesso a redução dos índices de criminalidade.
Na saúde, novos hospitais e UPAs, além da reforma de toda a rede antiga, dão
a exata medida de que a saúde pública melhorou. Ademais, o investimento na
contratação e valorização de profissionais, em equipamentos, na universalização
de serviços, faz com que o Estado aplique 17% da sua receita em saúde, bem
acima do mínimo constitucional.
Ultima-se em Caruaru o Hospital Mestre Vitalino, seguem em reforma o
Hospital do Câncer e o da Restauração no Recife e, esta semana, serão
inauguradas a UPAe de Garanhuns e a de Petrolina. Muito há por fazer, mas a
saúde também melhorou. É inegável.
A educação ostenta números animadores, com a maior rede de escolas integrais
do Brasil - 260 - e com o Programa Ganhe o Mundo, em que alunos da escola
pública, por mérito, fazem intercâmbio nos Estados Unidos, Canadá, Nova
Zelândia e em países da Europa.
Sem contar a melhoria da avaliação, a multiplicação das escolas técnicas, a
interiorização dos cursos superiores e as mudanças estruturais indispensáveis
ao aprimoramento educacional. Há enormes desafios a vencer, mas a educação
também melhorou.
Poder-se-ia falar ainda da geração de mais de 500 mil empregos, da redução
da mortalidade infantil, da qualificação profissional, da sustentabilidade
ambiental, dos investimentos em ciência, tecnologia e inovação, das adutoras,
como Pirapama e a do Agreste, da construção de barragens, obras de saneamento,
estradas, parques, equipamentos culturais e da atração de empreendimentos
estruturadores que vão mudar radicalmente a face econômica e social de
Pernambuco.
E não é excessivo mencionar o Complexo Portuário de Suape, o melhor porto
público do Brasil, integrando Pernambuco à economia global, inclusive em torno
de novas cadeias, como a de petróleo, gás, offshore e naval.
Tudo isso demonstra o caráter transformador de uma gestão pública inovadora,
disposta a vencer os vícios de uma burocracia predatória da cidadania e o
caráter estratégico de que àquela gestão, una-se uma liderança política atenta
ao sentimento da sociedade, que rejuvenesça os costumes políticos no Brasil.
Apesar dessa instigante realidade, precisamos incrementar mudanças relativas
à competitividade, ao capital humano, à infraestrutura, à mobilidade.
Para que o ciclo virtuoso não se limite a um surto episódico, é imperativo
pensar Pernambuco no longo prazo, vale dizer, construir, desde já, um plano
estratégico, "com projetos estruturantes e experimentos inovadores",
bem como os respectivos planos de investimento e financiamento.
Sábio o que nos ensina Jorge Gerdau: "Definir estratégias para o longo
prazo para conseguir definir prioridades e metas no curto prazo".
É esta necessidade que fez o Governador Eduardo Campos lançar, recentemente,
o arrojado projeto Pernambuco 2035, com que pretende, mobilizando lideranças
políticas, econômicas, sociais e acadêmicas, ver herdado ao futuro, um novo e
permanente ciclo de desenvolvimento sustentável, legado digno do estadista.
Tadeu Alencar é procurador da Fazenda Nacional e Secretário da Casa Civil