sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Recife banhada de sol

RECIFE BANHADA DA DE SOL
 p/ Tadeu Alencar, JC,O pinião, 23/09/2012
 
Muitos se perguntam por que uma candidatura como a de Geraldo, do PSB, saiu do traço nas pesquisas para despontar como favorita à Prefeitura do Recife. São reconhecidos os seus atributos de gestor competente e de militante político, embora novato em disputas eleitorais. Mas tão importante quanto o candidato é o que ele representa. Expoente de uma geração revelada pela notável experiência governamental, vivenciada em Pernambuco a partir de 2007, Geraldo está apto a implantá-la na prefeitura. A cidade clama por uma alteração no exercício da sua governança. A razão é simples.
Enquanto Pernambuco cresceu em todos os indicadores, consolidou avanços em áreas estratégicas como saúde, segurança, educação, geração de emprego, qualificação e atração de investimentos, tornando-se o Estado que mais cresce no Brasil, o Recife vive períodos de baixo crescimento e até de estagnação. Os seus moradores enxergam na gestão pública estadual um ciclo virtuoso, expansivo da economia, pleno de oportunidades, que devolveu a Pernambuco o protagonismo que sempre o distinguiu. Esse ciclo funda-se em dois fatores primordiais: de um lado, uma gestão moderna, comprometida com metas, prazos, aferição de resultados, afirmada diretamente pelo governador do Estado. De outro lado, esta mesma liderança, jovem, assertiva, gestada numa escola política das mais sofisticadas, a de Miguel Arraes, que interpretou com maestria o sentimento de pernambucanidade. Hábil articulador político, empático, com rara desenvoltura no Parlamento, dono de uma invejável capacidade de trabalho, o governador soube aproveitar a oportunidade de governar o Estado por duas vezes, para herdar ao futuro um legado que o faz credor do respeito de Pernambuco e, o seu governo, de uma aprovação consagradora. 
Essa mescla de gestor e de político atento aos desafios do seu tempo o fez desenvolver um pensamento sintonizado com temas vibrantes das democracias modernas: a meritocracia, o respeito ao meio ambiente, a inovação tecnológica e, como tributo ao seu ideário socialista, a inclusão social, pois que o Estado é que deve servir à sociedade e nunca o contrário. Servir especialmente aos contingentes mais vulneráveis. Com sólida unidade política, este modelo modificou a face de Pernambuco. 
E o Recife, invicta cidade, exige uma gestão que una as duas pontas deste segredo: a eficiência administrativa – cristalizada na boa prestação dos serviços públicos, que restaure a cidade como espaço de civilizada convivência – e a eficiência política, baseada na consciência histórica, no diálogo com a sociedade, na altivez colhida na contabilidade das insurgências, na compreensão do essencial que compete ao líder. Esta a receita infalível: eficiência política e administrativa, que devolva ao coração de Pernambuco a beleza de que é fiel depositário. 
Não faremos isso com as velhas fórmulas. Nem com a tradição de uma esquerda que se mostrou avara em resultados; tampouco, com o populismo travestido de novidade, escondido num discurso autoritário, à Bolsonaro, que nega a política, enquanto destila um rancoroso suor cor de ferrugem. 
O governador, com a chancela da Frente Popular, ofereceu ao Recife um servidor público testado com sucesso na administração pública, capaz de representar esse legado que – com grande atenção – faz Pernambuco ser observado pelo Brasil. E a capital flutuante, banhada de sol, saberá retribuir o que já demonstra por gestos, às vezes silenciosos, mas, cada vez mais eloquentes, sem vacilações, expressando o desejo de entrar, a passos largos, convictos, no contagiante ritmo de Pernambuco. 
 
 Tadeu Alencar é procurador da Fazenda Nacional e Secretário da Casa Civil
 

sábado, 15 de setembro de 2012

Para Chávez ver


JC-Política, 13/09/2012

A presidente da Petrobras, Graça Foster, retomou a confiança na parceria com estatal venezuelana PDVSA na Refinaria Abreu e Lima. O prazo acaba em novembro, mas Foster diz que deve estendê-lo, mesmo com o "beiço" de US$ 3,6 bilhões.

Petrobras cobra presença da PDVSA

JC-Economia, 12/09/2012
 
BRASÍLIA - A presidente da Petrobras, Graça Foster, cobrou ontem que a PDVSA, empresa petroleira da Venezuela, tenha uma maior participação nas obras da construção da Refinaria binacional Abreu e Lima, em Suape. Graça Foster disse que a venezuelana tem até novembro para apresentar suas garantias bancárias. “Se até lá não apresentarem as garantias, vou discutir um novo prazo. Não quero que eles digam: "não, eu não vou. Quero que eles diga que vêm."
Embora seja considerada um sócia da Petrobras no empreendimento (que começou a ser erguido há cinco anos), a PDVSA ainda não colocou nem um centavo no projeto.
Durante a audiência conjunta das comissões de assuntos econômicos e infraestrutura do Senado, a presidente da Petrobras defendeu a obra, a maior de Pernambuco, contra as denúncias de faturamento.
Graça Foster disse que a Petrobras e Tribunal de Contas da União (TCU) usam metodologias diferentes para medir os valores, o que acaba por incluir a refinaria na lista de obras irregulares do tribunal.
"Precisamos sentar para conversar sobre a questão metodológica das planilhas de formação de preço para não cair sempre no mesmo campo de discussão. Não concordamos com as diferenças de preços", disse.
Para ela, houve erro da empresa ao passar 30 anos sem construir nenhuma refinaria no País. "Nós erramos no começo."
AÇÕES
Ainda durante a audiência, comentando o desempenho da estatal, Graça Foster disse ser constrangedor falar sobre o valor das ações da Petrobras. Segundo ela, as ações da empresa vão voltar ao patamar justo depois que a Petrobras obtiver lucros de novas descobertas, como a exploração de óleo. "Os valores das nossas ações voltarão ao patamar justo que foi antes da capitalização. O que posso dizer aos acionistas é que comprem mais ações da Petrobras porque os resultados estão mostrados", disse a presidente da estatal.
Sobre o esperado reajuste de preços nos combustíveis, Graça Foster reiterou que a empresa trabalha pela convergência de preços, sem a paridade imediata com reajustes internacionais. "Não acreditamos que a paridade imediata seja saudável para o País".