RECIFE BANHADA DA DE SOL
p/ Tadeu Alencar, JC,O pinião, 23/09/2012
Muitos
se perguntam por que uma candidatura como a de Geraldo, do PSB, saiu do
traço nas pesquisas para despontar como favorita à Prefeitura do
Recife. São reconhecidos os seus atributos de gestor competente e de
militante político, embora novato em disputas eleitorais. Mas tão
importante quanto o candidato é o que ele representa. Expoente de uma
geração revelada pela notável experiência governamental, vivenciada em
Pernambuco a partir de 2007, Geraldo está apto a implantá-la na
prefeitura. A cidade clama por uma alteração no exercício da sua
governança. A razão é simples.
Enquanto Pernambuco cresceu em
todos os indicadores, consolidou avanços em áreas estratégicas como
saúde, segurança, educação, geração de emprego, qualificação e atração
de investimentos, tornando-se o Estado que mais cresce no Brasil, o
Recife vive períodos de baixo crescimento e até de estagnação. Os seus
moradores enxergam na gestão pública estadual um ciclo virtuoso,
expansivo da economia, pleno de oportunidades, que devolveu a Pernambuco
o protagonismo que sempre o distinguiu. Esse ciclo funda-se em dois
fatores primordiais: de um lado, uma gestão moderna, comprometida com
metas, prazos, aferição de resultados, afirmada diretamente pelo
governador do Estado. De outro lado, esta mesma liderança, jovem,
assertiva, gestada numa escola política das mais sofisticadas, a de
Miguel Arraes, que interpretou com maestria o sentimento de
pernambucanidade. Hábil articulador político, empático, com rara
desenvoltura no Parlamento, dono de uma invejável capacidade de
trabalho, o governador soube aproveitar a oportunidade de governar o
Estado por duas vezes, para herdar ao futuro um legado que o faz credor
do respeito de Pernambuco e, o seu governo, de uma aprovação
consagradora.
Essa mescla de gestor e de político atento aos
desafios do seu tempo o fez desenvolver um pensamento sintonizado com
temas vibrantes das democracias modernas: a meritocracia, o respeito ao
meio ambiente, a inovação tecnológica e, como tributo ao seu ideário
socialista, a inclusão social, pois que o Estado é que deve servir à
sociedade e nunca o contrário. Servir especialmente aos contingentes
mais vulneráveis. Com sólida unidade política, este modelo modificou a
face de Pernambuco.
E o Recife, invicta cidade, exige uma
gestão que una as duas pontas deste segredo: a eficiência administrativa
– cristalizada na boa prestação dos serviços públicos, que restaure a
cidade como espaço de civilizada convivência – e a eficiência política,
baseada na consciência histórica, no diálogo com a sociedade, na altivez
colhida na contabilidade das insurgências, na compreensão do essencial
que compete ao líder. Esta a receita infalível: eficiência política e
administrativa, que devolva ao coração de Pernambuco a beleza de que é
fiel depositário.
Não faremos isso com as velhas fórmulas.
Nem com a tradição de uma esquerda que se mostrou avara em resultados;
tampouco, com o populismo travestido de novidade, escondido num discurso
autoritário, à Bolsonaro, que nega a política, enquanto destila um
rancoroso suor cor de ferrugem.
O governador, com a chancela
da Frente Popular, ofereceu ao Recife um servidor público testado com
sucesso na administração pública, capaz de representar esse legado que –
com grande atenção – faz Pernambuco ser observado pelo Brasil. E a
capital flutuante, banhada de sol, saberá retribuir o que já demonstra
por gestos, às vezes silenciosos, mas, cada vez mais eloquentes, sem
vacilações, expressando o desejo de entrar, a passos largos, convictos,
no contagiante ritmo de Pernambuco.
Tadeu Alencar é procurador da Fazenda Nacional e Secretário da Casa Civil