CARACAS - Em sua primeira visita oficial à Venezuela, a presidente Dilma Rousseff reafirmou que o Brasil tem interesse na construção conjunta da Refinaria Abreu e Lima, no Porto de Suape, em Pernambuco. Dilma, que chegou ontem a Caracas para participar de uma reunião bilateral com o presidente Hugo Chávez e para a criação da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), afirmou que o empreendimento é importante para os dois países. Foi um recado indireto à Petrobras, que resiste em ter a PDVSA, a petrolífera venezuelana, como sócia. A presidente brasileira não apenas declarou que os dos países vão concluir a refinaria, como deixou claro que o Brasil importará 100 mil barris diários de petróleo.
No dia 30 venceu o prazo para que a Venezuela apresentasse as garantias financeiras para se qualificar como sócia da Petrobras na Abreu e Lima. A petroleira brasileira obteve um empréstimo de quase R$ 10 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para tocar a obra e, pelo contrato, a PDVSA deveria arcar com 40% do valor. Porém, nesta semana, a empresa venezuelana pediu e obteve mais 60 dias para conseguir as garantias bancárias, desagradando a Petrobras. Desta forma, o novo prazo para o aporte será 30 de janeiro de 2012.
Foi muito importante para nós toda a discussão sobre essa questão que é um dos desafios mais importantes que vamos concluir, que é a construção da Refinaria Abreu e Lima, afirmou Dilma durante uma reunião ampliada com ministros dos dois lados. Pela primeira vez, a importação do Brasil dos produtos venezuelanos chegou à faixa do US$ 1 bilhão, e nós queremos, para melhoria cada vez maior das nossas relações, que isso cresça, e eu tenho certeza de que a Abreu e Lima vai contribuir para isso.
Na reunião com Dilma, Chávez mostrou um vidro com petróleo produzido na Faixa do Orinoco. Dilma se surpreendeu com o baixo custo de processamento do petróleo na Venezuela. Eu estou produzindo petróleo a um Everest de profundidade, enquanto você o produz a um poço de água, brincou Dilma.
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