domingo, 1 de abril de 2012

Primeiro navio de Suape no mar


JC, 01/04/2012
Adriana Guarda - adrianaguarda@jc.com.br

O João Cândido navegou. Após três anos e meio em construção no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), o primeiro petroleiro pernambucano deixou, ontem, o Porto de Suape para realizar sua prova de mar. O teste vai avaliar as condições operacionais do navio antes de ser entregue à Transpetro. A manobra de desatracação começou por volta das 8h30, com o apoio de quatro rebocadores. Uma hora depois, a repetição do apito (ritual da indústria naval) anunciava a partida da embarcação. Nesse momento, espectadores, funcionários e diretores do empreendimento não disfarçaram a emoção. A despeito dos problemas e atrasos, o navio carrega os sonhos e um pedacinho de cada profissional que deu sua contribuição.

No momento da despedida, o presidente do Atlântico Sul, Agostinho Serafim, parabenizou e desejou sorte à tripulação. "Se Deus quiser vai dar tudo certo e vamos esperar vocês aqui com um frevo", disse. A embarcação saiu com 120 profissionais a bordo, entre tripulantes, funcionários, representantes do armador (Transpetro) e dos fabricantes dos equipamentos, além de fiscais da sociedade classificadora American Bureau Of Shipping (ABS). O João Cândido vai ficar fundeado (atracado) por três dias a quatro milhas (sete quilômetros) da costa pernambucana para fazer os testes iniciais e depois vai seguir para Natal e Maceió, a 40 milhas da costa (70 km). Nesta fase vai realizar os testes de velocidade máxima, consumo de combustível, leme, zigue-zague e raio de giro. O retorno da embarcação não tem data certa, porque vai depender dos testes, mas a expectativa é que a prova de mar seja realizada em até 15 dias.

EMOÇÃO

Com 30 anos de praticagem, Olavo Verçosa, foi o prático responsável pela manobra do navio. Fiquei honrado em manobrar o primeiro petroleiro do Estado. É importante dizer que o João Cândido navegou. Ele não foi apenas rebocado. Os motores e as máquinas funcionaram, destaca. Dois rebocadores acompanharam a embarcação até a área de fundeio e depois retornaram para o porto. A prova de mar seria realizada na quinta-feira passada, mas precisou ser adiada para ontem em função de problemas no motor principal da embarcação, que foram corrigidos antes da partida.

Agostinho Serafim explica que depois que voltar da prova de mar, o João Cândido retornará ao EAS para realização dos ajustes finais antes da entrega à Transpetro. O presidente da estatal, Sérgio Machado, disse em evento no Rio de Janeiro, que espera receber a embarcação ainda este mês, mas fontes do estaleiro acreditam que a entrega só deverá ocorrer em maio. O gigante João Cândido tem 274 metros de comprimento, 48 metros de largura, 51,6 metros de altura e capacidade para transportar um milhão de barris de petróleo.

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