sábado, 14 de julho de 2012

Graça Foster faz 'mea culpa' sobre gestões anteriores da Petrobras


da Agência de Notícias do Jornal Floripa, em 14/07/2012


A presidente da Petrobras, Graça Foster, aproveitou o batismo da plataforma de perfuração P-59, em um estaleiro na Bahia, para assumir também a culpa por erros cometidos em planos de negócios anteriores ao apresentado por ela em junho, e também por erros em projetos, como da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Depois de ouvir no evento elogios da presidente Dilma Rousseff à gestão anterior, do ex-presidente José Sergio Gabrielli, atual secretário do governo baiano, presente ao evento, Graça convidou o ex-chefe para a coletiva de imprensa, onde fez questão de se explicar sobre as críticas feitas ao anunciar o Plano de Negócios 2012-2016.

Ao apresentar o plano em junho, Graça informou ao mercado que se tratava de um plano "realista", ao contrário dos anteriores, e cortou a estimativa de produção para 2020 em 700 mil barris de petróleo. Ela afirmou ainda que a refinaria Abreu e Lima, projeto da época de Gabrielli, era um "erro que não seria repetido".

Na coletiva Graça explicou que fez questão de convidar Gabrielli para eliminar os "ruídos", que, segundo ela, surgidos após a divulgação do plano. Segunda ela, "eles são muito amigos e do mesmo partido, e tenho o maior orgulho disso".

"Antes de ser presidente da Petrobras fiquei quatro anos e meio como diretora, diversas vezes discutimos e eu nunca fui voto contrário (aos planos), então eu sou responsável trambém por tudo que saiu torto, tudo o que deu errado", disse Graça.

No início da entrevista, ela fez questão também de dizer que o plano apresentado em junho era um continuidade dos planos anteriores.

"A estratégia é a mesma dos planos anteriores, é o que sempre foi, nenhum projeto foi cortado", disse Graça.

O Plano de Negócios apresentado pela executiva colocou em análise projetos no valor de US$ 27,8 bilhões, de um total de US$ 236,5 bilhões previsto para o período (2012-2016).

Gabrielli, que também ainda não havia falado sobre o assunto, disse que a Petrobras que a Graça recebeu para presidir é bem diferente da que ele encontrou em 2005.

"Isso não quer dizer nenhuma descontinuidade, e nem nenhuma crítica, apenas foi feito (outros planos) numa conjuntura diferente", explicou Gabrielli ao lado da executiva.

Sobre a refinaria Abreu e Lima, cujo preço será nove vezes maior do que o planejado, Gabrielli argumentou que há 30 anos não se fazia uma refinaria no Brasil.

"Evidentemente que erramos, usamos uma base de dados que não estava topicalizada, não padronizamos, fizemos o processo licitatório sem ter uma fase completa (do projeto) com objetivo de acelerar, é uma lição aprendida", afirmou.

Segundo Graça, "o projeto (da refinaria) não era nosso, nunca vimos uma refinaria ser construída, a gente não tinha muita ideia do que estava fazendo", afirmou.

Segundo ela, depois desse aprendizado os erros não serão repetidos nas próximas refinarias que serão construídas pela companhia no Maranhão e no Ceará.

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