quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Sindicalistas reclamam de ação policial (Na greve da Refinaria e PQS)

Sindicalistas reclamam de ação policial - JC/Economia, 15/11/2012)




"Pai nosso que estais no céu... Livrai-nos do mal. E livrai-nos da Polícia Militar (PM) de Pernambuco", finalizou a oração o presidente do Sintepav-PE, Aldo Amaral, para, logo em seguida, colocar em votação a manutenção da greve na Rnest e PQS. As relações tensas entre operários e a polícia vieram à tona na última segunda-feira, a partir de denúncias formalizadas pelo deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-PE), e endossadas pelo ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Brizola Neto, também do PDT. Os sindicalistas denunciam perseguições e excessos, especialmente quando a PM atua determinando a volta aos postos de trabalho dos operários em estado de greve.
"O adesivo nas viaturas não deveria ser Pacto pela Vida e sim Pacto pelo Patrão", ironizou, ao microfone, um dos sindicalistas. "Vamos procurar o governador Eduardo Campos, pedir uma reunião para tratar disso. Isso é coisa que acontecia lá trás, na época da ditadura, e está voltando para o tempo atual. Isso não pode acontecer", completou Aldo Amaral. Enquanto seguia, em cima de um trio elétrico, pelas avenidas de Suape, o sindicalista recebeu uma ligação do ministro Brizola Neto que, segundo Amaral, se comprometeu a conversar oficialmente com o governador em exercício, João Lyra Neto.

RUMOS DA GREVE
Por cada dia sem trabalho, o Sintepav-PE terá que pagar uma multa de R$ 5 mil, já que a greve foi julgada ilegal. A entidade promete ingressar até amanhã, na Vara do Trabalho de Ipojuca, com ações para obter o cumprimento da convenção coletiva e obter a equiparação salarial.
Sobre os supostos excessos, a Polícia Militar (PM) diz, pela assessoria de imprensa, que não houve exagero. Para a PM, o fato de não haver registros de feridos ou agredidos no lado dos grevistas, mas do lado da Polícia, com uma viatura do 18º Batalhão de Choque com para-brisa estilhaçado, mostraria que os policiais apenas agiram para evitar excessos dos grevistas, dentro do canteiro de obras, que trariam riscos aos demais trabalhadores e ao patrimônio das empresas.
O ministro telefonou para o governador em exercício por volta das 13h, mas segundo a assessoria do governo estadual em nenhum momento se falou em excessos da polícia. A conversa foi só de monitoramento da greve. O Palácio informa que o papel do governo (e da PM) é monitorar e evitar excessos.
Em nota, o Sindicato das Indústrias da Construção Pesada-Infraestrutura (Sinicon) lamenta a "conduta irresponsável" do Sintepav-PE de não atender à decisão judicial de retomada da obra.
No comunicado, o Sinicon destaca ainda que não possui capacidade, ou qualquer forma de ingerência na atuação da PM, "que atuou visando assegurar a integridade dos trabalhadores e das pessoas presentes próximas às manifestações."

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