Do JC-Opinião, 19/08/2012
Todos
os indicadores afirmam que o governo Eduardo Campos tem aprovação de
90% dos pernambucanos, inclusive na capital. Assim, causou indignação a
afirmação do deputado estadual paulista que preside o PT, de que é
ponto de honra derrotar o PSB no Recife. Tal se constituiu num primor
de arrogância, numa pérola de desacerto diplomático. Foi obrigado a
ouvir o que todos gostaríamos de dizer e com serenidade dito pelo
governador Eduardo Campos: "Recife nunca foi, não é e jamais será
quintal de São Paulo". O líder é quem encarna o sentimento do povo.
Vamos
ter eleições no Recife. De um lado o senador Humberto Costa, homem
público de valor, um dos melhores quadros da esquerda pernambucana. Foi
eleito com o apoio de uma ampla frente política liderada pelo
governador Eduardo Campos, num momento em que as discussões sobre o
pacto federativo, guerra fiscal, royalties do petróleo e outros temas
vitais, ganham relevo e reclamam parlamentares como Humberto, que vem
honrando o seu mandato.
Tem como vice, o deputado João Paulo,
líder popular eleito duas vezes prefeito da cidade do Recife. João
Paulo é uma liderança consagrada, com o seu jeito simples,
performático, dialogando com o homem comum como se fora um habitante da
vila, um local.
Dir-se-ia que uma chapa como essa no Recife, uma
cidade libertária, que sempre surpreendeu os poderosos, deveria unir o
PT e os partidos da Frente Popular. Maurício Rands, um político
integral, num gesto de raro desprendimento, por desencanto com o seu
partido, do qual se desfiliou, renunciou ao mandato de deputado. O
prefeito João da Costa segue sem manifestar apoio. Por outro lado os
partidos integrantes da Frente Popular, em sua quase totalidade,
recusaram-se a chancelar, por autofágico e, em seu desenlace, deveras
autoritário, o processo de escolha do Partido dos Trabalhadores.
Pretendeu-se subordinar o Recife a partir de São Paulo, onde ocorreram
as tratativas da sucessão, sem a menor sem cerimônia, como se fôssemos
colonos e a capital paulista a potência imperial que nos tutela.
Dir-se-ia,
que uma chapa com dois líderes forjados na luta, para a disputa no
Recife, cidade cruel, deveria representar o melhor projeto para
comandar e gerir a cidade. Não é o sentimento colhido nas ruas.
O
governador Eduardo Campos, ao cabo de um processo fratricida,
perdulário com a tolerância da sociedade, e, com a delegação de 14
partidos, após meses de indesculpável espera, viu-se obrigado a lançar
uma candidatura. Um nome com densidade política, capacidade de
articulação, reconhecida competência técnica e que carregasse os
atributos que ajudam a construir em Pernambuco, uma obra de renovadora
transformação, com foco nos que mais precisam.
A despeito da
história de Humberto e João Paulo, neste momento, eles não representam
o que a cidade espera do seu próximo gestor.
Nos mercados, nas
barbearias, nas universidades, nos morros, nas ruas há um clima de
atípico entusiasmo, com a possibilidade de que a atitude, a velocidade,
a credibilidade, a confiança, o trabalho duro, marcas do governo do
Estado, possam também presidir os destinos do Recife.
Geraldo é
um candidato com uma força enorme, capaz de galvanizar esse sentimento.
O seu nome enraizou no terreno-desejo da sociedade de que a Vila do
Recife, de tantas tradições e de tão contagiante beleza, possa
encontrar-se com o seu destino. E está acompanhado de Luciano Siqueira,
que dispensa apresentações, pelo engajamento de sua combativa
militância. Ninguém derrota o Recife. E, por isso, caro leitor, também
por isso, Geraldo caminha para ser prefeito. E fará bem, muito bem, à
cidade do Recife.
Tadeu Alencar é procurador da Fazenda Nacional
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